Sábado, 17 de Fevereiro de 2007

ENTREVISTA

Aqui está a entrevista ao parvo, uma das personagens do auto da Barca do Inferno.

Esperemos que gostem!!

 

Entrevista a Joane “O Parvo”

Em Entrevistas passadas

Entrevistador – Ana Rita

Joane -Daniel 

 

Entrevistador – Muito Boa Noite, Srs. Telespectadores. Temos hoje connosco, na nossa rubrica, Joane “O Parvo”. O grande Vencedor de um bilhete que garante a entrada na barca da glória.

 

Entrevistador – Boa Noite, Joane!

 

Parvo (Daniel) – Boa Noite!

 

Entrevistador – Diga-nos, o que sentiu ao ser o grande contemplado com um prémio tão cobiçado.

Parvo – Eu??Eu?? (olhando em volta). Ganhei?!O quê? O que é que foi que eu ganhei? (surpreendido)

 

Entrevistador – Sim! Então não sabe que foi o premiado com uma viagem só de ida para o paraíso?

 

Parvo - Ahh? Ah, já sei aquela coisa das barcas…já me lembro! Mas ganhava-se alguma coisa…? Ora bem eu morri, samicas de cagamerdeira e fui para lá … não participei em nadica de nada…mas querem enganar quem? Ahh…eu é que não sou parvo!

 

Entrevistador – Mas… o senhor (interrupção)

 

Parvo – Mas… Se eu ganhei uma viagenzinha para o paraíso, posso ir visitar os meus paizinhos que ‘tão mortinhos matados de mortezinha morrida. Te’ né mau de todo!

Mas é só de ida (Pensa para os seus botões)? E se eu não gostar lá do sítio? O que é que faço? Sou obrigado a ficar lá? Oh! Isto é só aldrabice! Vai dar palha aos burros!

Entrevistador – Já chega de trapalhadas!

Ninguém o está a enganar! Você morreu e foi para o paraíso, o que se pode querer mais? Vamos continuar…

 

Entrevistador – Pedimos desculpa por este incidente…Por que pensa que foi seleccionado, senhor parvo?

 

 

Parvo – Atão…Pois, não sei! Sei lá escolheram-me para esta coisa da barcaça!

Tavam lá o senhor fidalgo, o frade, a menina alcoviteira e uma carrada de gentinha, agora não sei porque é que me escolheram! Eles é que mereciam: todos ricaços, limpinhos, gente de pinta. A jeitosa da alcoviteira ajudava e muito em alguns serviços (ri…da alcoviteira), os outros noutros servicinhos de gatunagem. Olha eles também podiam pagar p’ra ganhar o concurso, têm uns vinténs graúdos e tal… E foram logo dar comigo que não tenho um tostão furado, tava sossegadinho no meu cantinho, não…Olha, escolheram-me!!! Iiiiiiii…rra, pá!

 

Entrevistador – Então, o senhor está a insinuar que existiam subornos durante o concurso?

 

Parvo – Olha-me este…! Ah, pois! Que existiam, eles existiam. Queriam todos ganhar o concurso à custa dos trocos, nah! Olha lá os subornos sempre existirão, é certinho!

Olhe ainda há pouco tava eu a vir p’ra qui e ouvi umas coisas sobre um apito qualquer que envolvia corrupções, uma Creolina Salgadeira, uma tal de alcoviteira, e outras coisas que tais.

Olha, há-de haver sempre gente que quer subir na vida à custa dos outros, percebe?

 

Entrevistador – Damos então por encerrada esta entrevista, foi um prazer… (Interrupção por parte do parvo)

 

Parvo – Obelá, ó pascacio…espera aí! Quero mandar uns beijinhos! meu cão, pa minha avó e pa todo o pessoal da minha terreola, que é Vila Nova da Belha. (Exaltação, por parte do parvo, algazarra)

 

Entrevistador – CORTA…

Fontes: Vicente, Gil . Auto da Barca do Inferno

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